O advento da internet possibilitou e vem permitindo,
expressarmos uma perspectiva plural do que seja ‘ser humano’. Certo? Infelizmente,
não é bem assim! Seria muito e bom dizer, que a partir daí está tudo resolvido,
que podemos nos escutar mais, ouvir e respeitar mais a dignidade de pessoas,
que não vivem como eu, mas não é bem assim que estamos vendo.
Todas as pautas que emergiram, nesse advento, rompendo com a comunicação hegemônica: as pautas raciais, as questões indígenas, o Preconceito ás pessoas com deficiências, as questões do universo lgbtqia+ e, outras, que já contam com expressões pela internet, acabam sendo entendidas, por uma grande maioria, como ‘Mimimí’, que é uma expressão criada pelo brasileiro para desprezar a dor do outro. E é aí, que entra o educador contemporâneo, no seu o papel de levantar o nível dos debates.

Esse é o mote, no trabalho da Professora e Doutora Isabel
Colucci, que desde 2014 vem estudando que ação política está acontecendo na
internet e se elas podem inspirar novas práticas para a educação.
O trabalho começou logo após todo aquele furor das
manifestações populares de 2013, no mundo, mas especificamente no Brasil e,
protagonizadas com a ajuda da internet. Até então na área de jornalismo Isabel começou
á analisar o potencial da internet como lugar de formação crítica. Pautas como:
Meio Ambiente; Saúde Pública; Violência Policial; Direito á moradia; Legalização
da Maconha; Questões Indígenas e, outras se mantiveram no foco das redes, no
ano de 2014. A partir do movimento Passe livre, a jornalista começou a se ver
como educadora, ao buscar entender se havia diversidade nas discussões
políticas, detalhe esse, que se verificou. No entanto, os resultados da questão
‘diálogo’ foram surpreendentes, carecendo de um estudo mais profundo, que levou
a jornalista a se ver no papel de educadora. O cenário encontrado em 2015 e,
que aparece no gráfico a seguir foi uma tendência predominante, entre as mensagens
analisadas, de uma vasta exposição em defesa do ponto de vista dos seus
autores. 1- As pessoas vão para o diálogo enfatizar ideias próprias, falarem o
que pensam e não com a intenção de não ouvir o outro e, apenas uma ínfima parcela,
representada no gráfico com número 3, com disposição para dialogar e construir,
a partir das diferenças, aumentando a sua capacidade de reflexão acerca de um determinado
assunto.

O mais assustador da pesquisa foi perceber, na maior parcela,
das mensagens estudadas, uma presença de agressividade, incitação á violência e
menosprezo ás ideias do outro.
Desde então, a jornalista, agora no papel de educadora
desenvolveu o projeto Escola Mundo, onde a partir de uma grande rede digital
com professores da educação básica presentes, não como objetos, mas como
participantes, ela iniciou um trabalho intitulado Educar em Direitos Humanos,
voltado á mudança social, á educação para a cidadania e, visando estabelecer
uma cultura de respeito a dignidade das pessoas.
“Se você espera, que seus alunos tornem-se cidadãos críticos
e, defensores dos direitos humanos, fora de sala de aula, torna-se
imprescindível, que eles possam exercitar isso dentro de sala de aula”.
Só Assim, esses estudantes poderão, no futuro, se tornarem,
por exemplo, autores de aplicativos, que sejam menos discriminatórios, que
contemplem á toda sociedade, diminuindo os índices racistas, preconceituosos,
menos complacentes á corrupção, com mais estímulo á caridade e á justiça
social.
Cada vez menos conglomerados de empresas, concentram o
controle das redes com seu poder de nos influenciar. A professora Carla Brunet,
também da Escola Mundo lembrou, em entrevista da “importância da diversidade da
internet. Precisamos de mais atores e não só atores corporativos, mas atores públicos
e coletivos porque se não ficamos todos dependentes das lógicas dessas
corporações” e a gente acaba performando naquilo, que os especialista já estão
dizendo, que é o ‘capitalismo de plataforma’. Termino com a mensagem da Professora Isabela Colucci
“É preciso estar alerta, ao perigo das soluções únicas. Elas devem existir e,
de fato elas são ferramentas com potenciais transformadores, mas a gente não
pode depender só delas”
(Fontes: Extraídas da 2a Palestra do Ciclo de Palestras Redes Sociais e Educação: Educar em direitos humanos a partir das redes sociais - Prof. Dra. Isabel Colucci Coelho)
Palestra na íntegra no link: https://www.youtube.com/watch?v=F_AvEtWtMV0
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